Milhões de brasileiros que declararam Imposto de Renda
entre 1967 e 1983 têm uma bolada a receber, mas se esqueceram de correr
atrás do dinheiro. Criados para estimular o mercado de capitais no
Brasil, os fundos 157 têm cerca de R$ 1,5 bilhão até agora não
resgatados. De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), essas
aplicações somavam, até ontem (17), 3.553.431 cotas em um montante de
R$ 1.493.589.778,86. Como um aplicador pode ter mais de uma cota, a CVM
não sabe o número exato de contribuintes com direito ao benefício.
Os fundos 157 permitiam a destinação de parte do Imposto de
Renda devido para cotas de fundos administrados por instituições
financeiras de livre escolha do contribuinte.
O incentivo fiscal deixou de vigorar no início dos anos 1980.
Os fundos continuaram a render, mas o aplicador não podia mais usar
parte do Imposto de Renda para investir.
Em seu site, a CVM oferece a consulta em relação aos fundos 157.
Basta o aplicador digitar o CPF para encontrar uma relação com o antigo
e o atual administrador dos recursos. O investidor deve então ir à
qualquer unidade da instituição financeira responsável pelo fundo. De
acordo com a CVM, o prazo para o saque não pode ser superior a cinco
dias úteis a partir da conversão das cotas.
Em caso de morte do titular, os herdeiros podem fazer a
retirada. Em tese, basta apresentar certidão de óbito, comprovação de
parentesco, mas as instituições financeiras costumam pedir documentos
adicionais.
Como o dinheiro continua rendendo, nem sempre o saque é a melhor
opção. Nos últimos dois anos, o estoque dos recursos nos fundos 157
passou de R$ 800 milhões para cerca de R$ 1,5 bilhão. Primeiramente, o
aplicador deve pedir o extrato e verificar a situação dos investimentos.
“Pode ser que o fundo esteja rendendo e não valha a pena fazer a
retirada”, diz o advogado Marcelo Lapolla, especialista em mercado de
capitais.
O advogado, no entanto, adverte que o rendimento depende da
política de cada fundo. “Na média, o estoque praticamente dobrou de 2010
para cá, mas existem fundos que renderam muito e outros mal
administrados, que não renderam praticamente nada”, ressalta. Marcelo
Lapolla aconselha o investidor a ter um comportamento ativo caso deseje
manter o dinheiro. “Ele deve conferir os extratos, ir às assembleias e
se inteirar dos rendimentos”, recomenda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário