quarta-feira, 28 de março de 2018

A dieta detox é realmente benéfica para o organismo?

A dieta detox chegou com a promessa de eliminar nutrientes que possam ser nocivos ao organismo. A questão é: Ela realmente é benéfica e funciona? Emagrece? Desintoxica verdadeiramente o corpo? Estas são algumas das muitas dúvidas que pairam acerca das famigeradas dietas detox, que ganham cada vez mais adeptos e fazem cada vez mais sucesso entre pessoas fitness ou não.
Para esclarecer estes e outros pontos, a nutricionista Alessandra Feltre responde.

A dieta detox é realmente benéfica para o organismo?
Em primeiro lugar, não considero o detox como uma dieta. O detox, ou detoxificação é um processo metabólico que ocorre todos os dias em nosso corpo e necessita de inúmeros nutrientes e compostos ativos para que ocorra de forma saudável e eficaz. Como é um processo de eliminação de substâncias tóxicas no organismo que necessita de nutrientes específicos para que ocorra de forma eficiente, um planejamento alimentar nutritivo e livre de agentes tóxicos é realmente benéfico. Portanto, quando optamos por alimentos frescos, ricos em vitaminas, minerais, ômegas 3, 6 e 9, carboidratos de baixo índice glicêmicos e livre de agrotóxicos, corantes, edulcorantes e flavorizantes químicos obtemos as benfeitorias do detox para o organismo.

A dieta detox emagrece?
O detox não deve ser caracterizado como uma forma de emagrecimento, pois sua finalidade é melhorar o funcionamento do organismo, eliminando substâncias tóxicas – que podem ser de origem alimentar, ambiental e/ou química. Mas a partir do momento que este processo de detoxificação inicia-se, o metabolismo corporal melhora e, consequentemente, a pessoa pode perder peso.

É preciso fazer dietas restritivas para que a dieta seja considerada detox?
Não! Dietas com restrição calórica são carentes em nutrientes e é exatamente o que não devemos fazer para favorecer uma boa detoxificacão. Quando as pessoas restringem calorias, elas perdem a questão nutritiva de um bom planejamento alimentar, ou seja, o organismo recebe menos vitaminas, minerais e compostos ativos essenciais para o processo de detoxificação.

A dieta detox deve ser completamente líquida? (ex. sucos e sopas)
Se considerarmos que a importância do processo de detoxificação é a eliminação de substancias nocivas presentes em nosso corpo através de uma oferta aumentada de nutrientes, não é necessário que o detox seja feito apenas com sucos e sopas. Na verdade, aumentar a densidade nutritiva de um suco ou sopa liquidificando vegetais folhosos juntos é mais fácil do que comermos 2 pratos de salada. Assim podemos alternar sucos e sopas concentrados em vitaminas, minerais e fitoquímicos com refeições solidas.

Então... Como a dieta detox pode ser considerada saudável para o organismo?
O detox deve ser baseado em alimentos que estejam na sua forma mais natural possível e de preferência orgânicos. Aquela antiga frase “quanto mais colorido o seu prato, mais saudável” é uma boa estratégia para favorecer o consumo de diferentes e importantes fitoquímicos e nutrientes para o processo de detoxificação.
Além disso, para alcançarmos saúde com o processo de detox, um planejamento alimentar altamente detoxificante deve conter:
·Gorduras benéficas como os ômegas 3 (salmão, atum, sardinha), ômega 6 (semente de chia, linhaça) e ômega 9 (abacate, azeite de oliva, oleaginosas, sementes);
·Alimentos ricos e fonte de proteínas – quinoa, amaranto, soja, cogumelos, ovos e peixes;
·Carboidratos integrais e de baixo índice glicêmico, que são ricos em fibras e vitaminas, principalmente do complexo B;
·Fitoquímicos presentes em alimentos como limão ou farinha de semente de uva. Pode-se, também, beber sucos e chás que são riquíssimos em antioxidantes e fitoquímicos;
·Vegetais brassicos (brócolis, couve flor, couve de bruxelas, repolho, nabo, alho);
·Temperos de ervas (açafrão, curry, alho, salsinha, salsão, páprica, gengibre);
·Frutas de alto valor detoxificante como abacaxi, melão, lima da pérsia, melão cantulupo, melancia;
·Chás como cavalinha, salsaparrilha, hortelã, hibiscos, suco verde (feito de clorofila das folhas);
·Biomassa da banana verde (riquíssima em vitaminas e minerais, fibras).
O detalhe mais importante é que devemos sempre respeitar a individualidade bioquímica de cada um e que o plano alimentar é específico de acordo com as suas necessidades e restrições alimentares.

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