quarta-feira, 12 de março de 2014

Brasileiros estão bebendo cerveja com milho transgênico


Legislação autoriza troca de até 45% do malte de cevada por fonte de carboidrato mais barata



Os transgênicos, alimentos geneticamente modificados, estão cada vez mais presentes no dia a dia do brasileiro, inclusive na mesa de bar. Ao beber a sua cerveja predileta, o consumidor provavelmente não sabe disso, já que não há qualquer menção nos rótulos sobre essa composição. “Estamos consumindo alimentos e bebidas geneticamente modificados sem saber”, diz a professora de nutrição da Fumec, Ana Cristina Machado.
Em 2012, pesquisadores brasileiros ganharam destaque com a publicação de um artigo científico no “Journal of Food Composition and Analysis” que revelou que as cervejas mais vendidas no país, ao invés de malte de cevada, são feitas de milho.
O estudo mostrou que Antarctica, Bohemia, Brahma, Itaipava, Kaiser, Skol e todas aquelas em que constam como ingrediente “cereais não maltados”, não são tão puras como as da Baviera (região da Alemanha com excelência em cervejas), mas estão de acordo com a legislação do Brasil, que permite a troca de até 45% do malte de cevada por outra fonte de carboidratos mais barata.
Conforme artigo da doutora em nutrição em saúde pública Ana Paula Bortoletto e do advogado e ativista de direitos humanos Flavio Siqueira Júnior, publicado na revista “Carta Capital” neste mês, ainda não há estudos que assegurem que esse milho criado em laboratório seja saudável para o consumo e para o equilíbrio do meio ambiente.

Teste. De acordo com eles, em 2013 um grupo de cientistas independentes liderados pelo professor de biologia molecular da Universidade de Caen, Gilles-Éric Séralini, balançou os lobistas de multinacionais com o teste do milho transgênico NK603 em ratos. Se eles fossem alimentados com esse milho em um período maior que três meses, tumores cancerígenos surgiam nas cobaias. Só que a publicação da pesquisa foi desclassificada pela editora da revista por pressões.
Ambev

Resposta. A Ambev informou que as receitas são estratégicas e não informou a composição dos produtos. A Brasil Kirin e a Itaipava também foram procuradas, mas não houve retorno das empresas.

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